quinta-feira, 20 de março de 2014

Rumo à anarquia: os alunos que não querem aprender nem deixam os outros aprender

(texto originalmente publicado aqui)
Peço que leiam este artigo.
http://dererummundi.blogspot.pt/2014/03/o-colapso-da-escola.html
A situação não é nova... há mais de duas décadas, quando eu estava no 7º ano estava numa turma onde as diferenças de idades tinham valores anormalmente grandes. Tinha eu 11 anos e tinha um colega de 16 que usava os mais novos como alvos das suas patifarias... "bullying" como se diz hoje em dia.
Lembro-me que nas aulas de ciências e mesmo Matemática, era complicado aprender alguma coisa pois o idiota não deixava uma pessoa concentrar-se.
Era tão mau que lembro-me como se fosse hoje..
Fazer queixa dele era sinónimo de arranjar problemas nos intervalos. Lembro-me uma vez de ter tido uma luva de cabedal a tapar-me o nariz e a boca...e estar prestes a perder os sentidos e de ser salvo pelos contínuos.
Nem vou falar das aulas de educação física!
Lembro-me de fazer queixa à directora de turma, e de nada me valer, de ter sido a minha mãe apresentar a situação e a professora a dizer que não sabia de nada...
(Mas, vendo bem, o que esperar de uma professora de inglês que me corrigiu quando eu disse que o Astérix era gaulês? Para ela Astérix era galês, do país de Gales)
Felizmente no 8º ano, essas pessas já não estavam na turma.... Foram substituidas por outras de igual qualidade, mas de idades mais perto da minha... O problema não era (só) a idade! Mas no 9º, depois de 2 anos a pedir para ser colocado numa turma da parte da manhã, o meu pedido foi finalmente atendido, e tive um dos anos mais calmos e mais proveitosos.
  Mesmo sem tentar esquecer as "faltas colectivas" de castigo que nos marcava o professor de Matemática que não controlava os alunos...
De notar que mesmo naquelas condições, em cada ano lectivo acabei sempre com a nota máxima em Matemática...
Quantos potenciais bons alunos não estarão a ser estragados por situações deste tipo?

Nas explicações eu tenho armas que não existem na escola:
Posso expulsar um aluno por mau comportamento ou por se recusar a trabalhar.
Aliás, explicações não funcionam com alunos nestas condições: Perturbam quem quer e precisa delas!

Não se pense que são necessários grupos grandes para isto! Os meus grupos são bem pequenos e, principalmente nos 2ºs e 3º ciclo aparece sempre alguém que está mais interessado em perturbar do que em estudar.
Mesmo com um só aluno, por vezes acontece!
Por mais interessante que seja o assunto ou a forma como está a ser ensinado ou explicado.
Nesses dias mais vale o explicando/aluno ficar em casa...
"Se não te apetece trabalhar, porque é que não ficas em casa?"
"Porque o meu pai/minha mãe não quer.".
Ok, e o que é que eu tenho a ver com isso? Vou pagar eu e os outros explicandos com as nossas paciências?
Não! Contrariamente à escola, explicações não são obrigatórias. Aliás, pela própria definição de explicações, os alunos deviam ser voluntários, portanto, eu posso e dispenso mesmo explicandos desinteressados, sempre de forma justificada..

Por vezes até se nota que o explicando veio de uma sala onde o único interessado em trabalhar foi o professor.

Não me venham condenar o professor pela falta de educação dos filhos...
O professor não tem grandes ferramentas disciplinares, e sinceramente, "dar sermões" ou gritar com os alunos nada resolve e até pode ter uma capacidade detrimental na capacidade de aprendizagem nessa aula.

Em caso de explicações, se não quer ou não está interessado, fique em casa... volte quando e se quiser, e fundamentalmente não negue o direito a quem quer!

E certamente, tendo eu uma lista de espera de alunos em explicações, não sou eu que vou ter problemas em explulsar quem não está interessado...

Pena que os professores nem sempre tenham as armas que eu tenho...

Se é um dos meus explicandos: Sim... eu "dispenso" pessoas.

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